SÉRIE "A"

quarta-feira, 3 de agosto de 2011


No rastro de Romário e Ronaldo, Pato dá o recado: 'Quero marcar uma era'


Artilheiro da Seleção de Mano, atacante fala da eliminação na Copa América, do sonho de jogar as Olimpíadas e da perseguição dos paparazzi italianos


Pato no desembarque do Milan (Foto: AFP)Alexandre Pato na chegada da delegação do 
Milan a Pequim, na China (Foto: AFP)
Alexandre Pato tem apenas 21 anos. Já disputou uma edição das Olimpíadas, uma Copa das Confederações e uma Copa América. Em meio às gerações de artilheiros da Seleção Brasileira, que tem nomes emblemáticos como Romário e Ronaldo Fenômeno, o jogador é o artilheiro do time canarinho sob a batuta de Mano Menezes, com cinco gols, ao lado de Neymar. Medo da responsabilidade? Que nada! O atacante do Milan sabe que precisará percorrer um longo caminho para se tornar referência como os “ídolos” do passado. E é justamente isso que ele pretende fazer a partir do dia 10 de agosto, contra a Alemanha, em Stuttgart. Firmar um novo nome na galeria de matadores do time nacional.
- Romário e Ronaldo são ídolos. Para chegar ao patamar deles tenho que ajudar a Seleção a conquistar títulos. Quero marcar uma era, aproveitar o máximo o tempo na Seleção para fazer gols e conquistar títulos.
Mesmo com tão pouca idade, ele já tem currículo de gente grande. Na temporada passada, levantou o primeiro caneco defendendo o Milan. Ao lado do zagueiro Thiago Silva e do atacante Robinho, o artilheiro conquistou o Italiano. Mais experiente e com cinco anos de Itália na bagagem, Pato sabe da responsabilidade que é atuar na Seleção. Sabe como é difícil se manter no topo. Mas também reconhece que para seguir na equipe de Mano precisar marcar gols, muitos gols.
Direto de Pequim, onde realiza a pré-temporada com o Milan, o jogador conversou por telefone com o GLOBOESPORTE.COM. Os temas? Todos. Menos os que tratam da vida pessoal. Até mesmo dos cliques dos paparazzi com a namorada Bárbara Berlusconi, filha do dono do clube rossonero, o goleador comentou. Da eliminação precoce na Copa América ao primeiro ano de Mano Menezes na Seleção, Pato não fugiu de nenhum assunto e se mostrou mais maduro para se tornar a tão sonhada nova referência do ataque canarinho.
Confira abaixo os principais trechos da entrevista:
É um sonho jogar as Olimpíadas. O curioso é que estou em Pequim, onde foi a última competição (...) se eu for chamado para a próxima, quero jogar e ser campeão"
Alexandre Pato
GLOBOESPORTE.COM: Na temporada passada, as lesões prejudicaram um desempenho ainda melhor do que apresentado pelo Milan. O que espera agora?
ALEXANDRE PATO: Volto motivado ao Milan, com a vontade de fazer melhor do que no ano passado. O objetivo é jogar a Supercopa Italiana, em Pequim, ser campeão, e conquistar mais um troféu. Queremos disputar o Italiano para tentar mais um scudetto e chegar o mais longe possível na Liga dos Campeões. Esses são os objetivos
Tem feito algo especial para não ter tantas lesões na próxima temporada?
Estou tranquilo, feliz e trabalhando muito. Estou exercitando o meu corpo de modo que as lesões não aconteçam com tanta freqüência como no ano passado. Há um tempo que estou sem me machucar. Vou me esforçar nos treinos porque trabalhando bem, fazendo o que o meu corpo precisa, o rendimento será o melhor possível.
E a responsabilidade de ser o camisa 9 da Seleção? Pesa?
Na Copa América fiz o meu trabalho, demonstrei o meu melhor, mas infelizmente no último jogo as coisas não aconteceram. Não fomos bem nos pênaltis, apesar da boa atuação. O grupo está crescendo e estou feliz de ser o camisa 9. Claro que a responsabilidade é grande, o camisa 9 precisa fazer os gols. Se não fizer, o mínimo é ajudar um companheiro a marcar o dele. Levo essa pressão numa boa, sei das responsabilidade e fico feliz com a chance que o Mano tem dado.
No ano passado, no dia 10 de agosto, a Seleção realizava contra os Estados Unidos a primeira partida sob o comando de Mano Menezes. Agora, no dia 10 de agosto de 2011, o Brasil vai encarar a Alemanha. Quais serão as diferença do dia 10 de agosto de 2010 para o dia 10 de agosto de 2011?
Cada jogo é uma final, cada jogo é diferente. Estamos criando uma identidade boa nessa equipe. Sabemos da importância de vestir essa camisa. Esse jogo com a Alemanha será diferente do disputado contra os Estados Unidos. É um grupo que está crescendo, evoluindo e se unindo a cada convocação. Será um jogo diferente, bom, contra uma seleção de ponta. Tenho certeza de que será uma partida boa não só para mim, mas como para todo o grupo.
O Brasil foi eliminado da Copa América após ter o seu melhor desempenho na competição. O futebol, às vezes, é injusto?
O futebol é engraçado. Às vezes, você pode chutar mil vezes e a bola não vai entrar. O outro time chuta uma vez e faz o gol. Foi o que aconteceu com a Seleção. O time estava bem, mas a bola não entrava. Ainda perdemos os pênaltis e o Paraguai teve a sorte de marcar os dele. No futebol, quanto mais rápido você fizer o gol, mas chance você tem de sair com o resultado positivo.
Pato e Neymar no treino da Seleção (Foto: EFE)Ao lado de Neymar, Alexandre Pato é uma das esperanças da Seleção Brasileira (Foto: EFE)
Você tem tudo para disputar pela segunda vez as Olimpíadas. Qual é a sensação?
É um sonho jogar as Olimpíadas. O curioso é que estou em Pequim, onde foi a última competição. Quando cheguei aqui lembrei de muitas coisas. Quero jogar 2012, em Londres, porque ganhar uma Olimpíada é o sonho de todos os brasileiros. Seria um título inédito para a Seleção. Não tem como explicar o que é participar dos Jogos. É uma competição que representa muito para o Brasil porque nunca fomos campeões. Se eu for chamado, quero jogar e ser campeão.
Tem conversado com o Neymar, seu companheiro de ataque na Seleção?
Claro que eu falo. Converso sempre com ele quando eu posso. Falamos de como foi um jogo, se foi bem ou mal. A amizade continua. Está sendo bem legal e quanto mais a amizade crescer mais as coisas melhoram dentro de campo.
Alexandre Pato Barbara Berlusconi  (Foto: Reprodução)Alexandre Pato curte as férias com a namorada
Bárbara Berlusconi (Foto: Reprodução)
Antes de você se reapresentar ao Milan, a imprensa divulgou fotos de você na praia com a sua namorada (Bárbara Berlusconi). Essa invasão de privacidade te incomoda? Já sabe lidar com isso?
Não dou muita importância. Algumas coisas são inventadas, mas é o trabalho de cada um. Existem coisas verdadeiras, e outras, não. Respeito os jornalistas, os paparazzi. Tento viver a minha vida de forma normal, mas vou deixar de fazer nada. Não vou deixar de ir até a praia para tomar um banho de mar. Isso não tem nada demais. Sei dos meus limites e tento fazer as coisas de forma correta.
Acompanhou o sorteio das eliminatórias da Copa do Mundo de 2014, no último sábado, no Rio de Janeiro? O que achou do evento?
Foi bem legal. Estava conversando com o Ibra (o sueco Zlatan Ibrahimovic) sobre os adversários que eles iam enfrentar nas eliminatórias. Não deu para ver muita coisa, mas cada Seleção vai ter as suas dificuldades.
Os companheiros de Milan têm comentado o fato de que podem te encontrar na Copa do Mundo do Brasil?
O pessoal sempre comenta. Tem o Ibra, o Cassano, pela Itália. Eles dizem que vão até o Brasil para tentar ganhar, brincam com tudo. Todos sabem da importância de um Mundial no Brasil, de ir ao nosso país. Eles brincam e dizem que será fácil jogar no Brasil, mas respeitam a Seleção.

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