SÉRIE "A"

quinta-feira, 30 de junho de 2011


'Sem freio', Timão passa sufoco, mas vence o Bahia e assume a liderança

Com gol de pênalti de Chicão e grande atuação de Julio Cesar, Corinthians sobe para 16 pontos em primeiro. Time baiano segue sem vencer em casa

Quem vai parar o Corinthians no Campeonato Brasileiro? Nesta quarta-feira, o Timão não precisou do mesmo espetáculo demonstrado na goleada sobre o São Paulo para roubar do rival a liderança isolada. Com uma atuação eficiente, o Alvinegro segurou o embalado Bahia, venceu por 1 a 0, em Pituaçu, e chegou ao primeiro lugar. O capitão Chicão, cobrando pênalti sofrido por Liedson no primeiro tempo, fez o gol que manteve os paulistas invictos e freou a reação do Tricolor baiano. O destaque foi o goleiro Julio Cesar, que fez grandes defesas e impediu o empate no segundo tempo.
Com cinco vitórias em seis partidas, o Corinthians confirma a grande fase ao se transformar em líder. Chegou aos 16 pontos e superou em um o São Paulo, derrotado em casa pelo Botafogo. O Timão tem ainda uma partida a realizar, pela quinta rodada, contra o Santos, marcada para 10 de agosto, na Vila Belmiro. Na próxima quarta-feira, dia 6 de julho, recebe o Vasco, às 21h50m, no Pacaembu.
Já o Bahia segue em crise diante de sua apaixonada torcida e ainda não sabe o que é vencer em Salvador. Depois de bater Fluminense e Atlético-PR como visitante, o time de René Simões voltou a tropeçar e caiu para a 13ª colocação, com apenas oito pontos. Também no dia 6, encara o Avaí, às 19h30m, na Ressacada, em Florianópolis.
Bahia aperta, mas Chicão marca
Depois de duas preciosas vitórias fora de Salvador, não poderia haver noite melhor para o Bahia vencer pela primeira vez em casa no Brasileirão. A chuva deu uma trégua para a torcida comparecer em grande número ao estádio de Pituaçu. Ricardinho, aquele mesmo campeão mundial pelo Timão, parecia movido por um desejo de vingança após ter deixado o antigo clube pela porta dos fundos. Por dez minutos, organizou o jogo como nos velhos tempos e abriu espaços. Faltou pontaria a Júnior, em um perigoso chute à esquerda, e sorte a Jancarlos, em cruzamento que quase encobriu Julio Cesar.

O fôlego de Ricardinho para ligar o meio de campo ao ataque acabou rapidamente. Logo o Corinthians abandonou a cautela para voltar a exercer a mesma marcação sob pressão que enlouqueceu o rival São Paulo. Edenílson fez bem a função de Paulinho, suspenso, arrancando pelo lado direito. O Timão cresceu quando passou a trocar passes rápidos, como exigia Tite. Em um vacilo da zaga, Liedson escapou por trás e foi derrubado pelo goleiro Marcelo Lomba na área. O capitão Chicão, aos 13 minutos, bateu o pênalti e fez 1 a 0.
A pressão baiana esperada pelos alvinegros não aconteceu. Sem força na criação pelo meio, o Bahia arriscou principalmente nos avanços do veloz lateral-esquerdo Ávine. O Corinthians se retraiu para preparar o bote fatal nas saídas rápidas pelos lados e evitou o sufoco. Júnior ainda teve duas boas chances em cruzamentos para a área, mas fracassou. O garoto Gabriel, livre, cabeceou nas mãos de Julio Cesar, na melhor oportunidade de igualar o placar antes do fim do primeiro tempo.
Julio Cesar salva o Timão em Pituaçu
ricardinho william bahia x corinthians (Foto: Agência Estado)Ricardinho e Willian disputam a jogada
(Foto: Agência Estado)
O intervalo parece ter feito mal ao Bahia, que voltou para o segundo tempo cometendo muitos erros nos passes. Melhor para o calmo Corinthians impor seu ritmo e controlar o jogo. A vantagem poderia ter sido ampliada, não fosse ótima defesa de Marcelo Lomba no ângulo, em chute de Liedson. O time da casa só respondia nos cruzamentos altos para Júnior, agora barrado por Julio Cesar, em belo salto no canto esquerdo.

Com a forte marcação do Corinthians, René Simões tentou abrir a defesa adversária com a entrada do atacante Maranhão no lugar do lateral Ávine. Deu certo, mas a noite não parecia ser dos homens de frente do Bahia. Do outro lado, Julio Cesar fez sua parte, mostrando que a falha na final do Paulistão, contra o Santos, ficou no passado. Marcone cobrou falta violenta da intermediária para o goleiro se esticar no ângulo esquerdo.
A cada bom lance, o camisa 1 corintiano colocava um tijolo a mais na muralha que construía diante das traves. Marcos, aos 29, acertou o pé em cobrança de falta com estilo, mas lá estava Julio Cesar novamente para espalmar pela linha de fundo. Marcone voltou a tentar. Também esbarrou no goleiro. 

Com o Timão tendo dificuldades para sair do sufoco, Tite promoveu a estreia do meia Alex no lugar de Danilo e colocou o atacante Emerson na vaga de Willian. Mas as trocas não surtiram qualquer efeito. O Bahia continuou em cima. Aos 34, Fahel marcou de cabeça após cobrança de falta pela direita, mas estava em impedimento. Empurrado pela torcida, o Bahia arriscou tudo nos últimos minutos, sem sucesso. No fim, restou apenas o consolo dos aplausos da torcida pelo empenho dos jogadores.
 

Botafogo domina, tira o São Paulo da ponta e instala a crise no Morumbi

Elkeson e Herrera marcam os gols do time alvinegro, que tem boa atuação e sobe para a terceira colocação do Campeonato Brasileiro

A análise de que o São Paulo tem um elenco forte o suficiente para o Campeonato Brasileiro, compartilhada pelo presidente do Juvenal Juvêncio e seus comandados, sofreu um baque em quatro dias. Depois de ser goleado pelo Corinthians por 5 a 0, no Pacaembu, e novamente com muitos desfalques, o Tricolor voltou a jogar mal e perdeu a liderança da competição. O Botafogo, organizado e com suas principais peças inspiradas, dominou os 90 minutos do duelo realizado nesta quarta, no Morumbi, e de maneira justa fez 2 a 0. Os gols foram de Elkeson, em nova falha de Rogério Ceni, e Herrera, em cobrança de pênalti. 
Com a vitória, a segunda consecutiva no Brasileirão, o time comandado por Caio Júnior segue sua escalada na tabela. A equipe de Caio Júnior dormirá esta quarta-feira na terceira posição na tabela de classificação, com 14 pontos, um a menos que o time do Morumbi, que estacionou nos 15 e viu o Corinthians assumir a ponta.
Porém, mais do que o insucesso em campo, o novo tropeço voltou a botar pressão em cima do técnico Paulo César Carpegiani, que foi criticado do início ao fim pela pequena torcida presente ao Cícero Pompeu de Toledo. E vale lembrar que, a partir da próxima rodada, o treinador ainda perderá mais quatro peças (Casemiro, Bruno Uvini, Henrique e Willian José), que irão para a Seleção Brasileira sub-20.
As duas equipes voltarão a campo no próximo meio de semana. Na quarta-feira, o São Paulo vai até o Engenhão para enfrentar o Flamengo. Já o Botafogo, no mesmo local, receberá a visita do Atlético-GO no dia seguinte.
Carpegiani é vaiado antes mesmo de a bola rolar
A goleada sofrida para o Corinthians no último domingo deixou sequelas no São Paulo. Poucos jogadores foram aplaudidos na entrada em campo. Mas ninguém foi tão vaiado quanto o técnico Paulo César Carpegiani. O primeiro tempo no frio Morumbi mostrou duas equipes completamente distintas. De um lado, um São Paulo sem organização, com improvisações e sem inspiração diante de um Botafogo que dominou o meio-campo, teve muito espaço para jogar e que saiu de campo nos primeiros 45 minutos em vantagem.
Sem Wellington, Carpegiani resolveu tirar Jean da lateral para colocá-lo no meio-campo, como volante, ao lado de Rodrigo Souto. Casemiro e Marlos, mais à frente, tinham liberdade para encostar no ataque, formado pelo grandalhão Willian José e Fernandinho, que tentou abrir o jogo pela esquerda com o apoio de Juan. Do lado carioca, Caio Júnior postou três homens no meio-campo (Maicossuel pela direita, Elkesson pelo meio e Everton perla esquerda) e apenas um homem (Herrera) funcionando como referência à frente. Com isso, sempre havia uma peça alvinegra sozinha em campo.
Elkeson gol Botafogo (Foto: Ag. Estado)Elkeson comemora seu gol, o primeiro do Botafogo, em falha de Rogério Ceni (Foto: Ag. Estado)
O domínio botafoguense ficou claro desde o início. No primeiro lance de perigo, Rogério Ceni evitou gol de Herrera. O principal problema do São Paulo foi o lado direito de sua defesa. Ilsinho, que nunca atuou como lateral com Carpegiani, mostrou sérias deficiências na marcação. Ele pouco apoiou o ataque e ainda deixou muitos espaços nas suas costas. Pela esquerda, o problema foi praticamente o mesmo, já que Juan, apesar de ter apoiado, sofria com os avanços de Maicosuel pelo seu setor. Aos 18, Ceni evitou gol de cabeça de Herrera.
À medida que o tempo passava, a torcida são-paulina começou a pressionar o time, que não reagia dentro de campo. Marlos e Casemiro até tentavam tabelas pelo meio, mas a marcação botafoguense não dava moleza. Do outro lado, os cariocas, com paciência e domínio das ações, valorizavam ao máximo a posse de bola. Até que aos 37 o Botafogo transformou sua supremacia em vantagem no marcador. Elkeson recebeu pelo meio e arriscou chute de fora da área de pé esquerdo. Rogério Ceni caiu atrasado e falhou, assim como havia ocorrido no clássico de domingo, contra o Corinthians. Bola no canto esquerdo baixo: 1 a 0. A melhor chance do São Paulo surgiu aos 43, quando Renan falhou em saída de bola, e Casemiro quase empatou no marcador.
Herrera faz 2 a 0 no início do segundo tempo
 Apesar do fraco futebol, Carpegiani não mexeu no time. O Botafogo seguiu dominando e precisou de apenas sete minutos para aumentar sua vantagem. Em ataque pelo meio, Maicosuel recebeu na área e foi derrubado por Luiz Eduardo. Pênalti que Herrera cobrou com firmeza, no canto direito de Rogério Ceni: 2 a 0 no placar.

O treinador são-paulino, então, resolveu agir. Xingado pela torcida, ele chamou Rivaldo e Henrique e colocou as duas peças nas vagas de Ilsinho e Fernandinho. Jean, então, voltou a ser lateral, e Casemiro foi recuado para a marcação. O camisa 10 se juntou a Marlos na armação, e o time passou a ter dois atacantes na frente. Finalmente, aos 17, o Tricolor deu sua primeira finalização certa na partida, com Jean, que exigiu boa defesa de Renan. A partida até mudou um pouco de figura. O São Paulo passou a ter posse de bola, enquanto o Botafogo, satisfeito com o placar, recuou a marcação para tentar encaixar um contra-ataque. Para dar novo gás ao seu time, Caio Júnior trocou Maicosuel por Caio. Depois, pôs o meia Cidinho na vaga de Everton. Aos 39, Caio, em contra-ataque, quase fez o terceiro.
Foi a deixa para a torcida do São Paulo perder a paciência. A cada toque de bola dos cariocas, a galera tricolor gritava "olé". E os botafoguenses, por sua vez, passaram a tirar sarro de Paulo César Carpegiani.
- Desempregado, desempregado - gritaram os cariocas.
Depois, foi só esperar o tempo passar. Assim que Elmo Resende Alves da Cunha apitou o final da partida, enquanto os cariocas se abraçaram para festejar, a torcida são-paulina não perdoou a nova derrota e direcionou toda a sua ira para o homem do banco de reservas.
- Burro, burro, burro.

Com belo gol de Montillo, Cruzeiro derrota o Vasco e sobe na tabela

Ao melhor estilo do técnico Joel Santana, Raposa aposta fichas nos contra-ataques e vence time cruz-maltino por 3 a 0 em São Januário

Se um torcedor do Botafogo parasse para assistir ao jogo entre Vasco e Cruzeiro, nesta quarta-feira, teria a nítida sensação de estar revendo as atuações de seu time no ano passado. Ao melhor estilo Joel Santana, a Raposa entrou no campo de São Januário fechada na defesa e apostando no contra-ataque. E deu certo. Venceu por 3 a 0, gols de Leandro Guerreiro, Montillo e Roger (de pênalti), e subiu para a décima posição do Campeonato Brasileiro, com nove pontos. Esta foi a segunda vitória do Cruzeiro em duas partidas sob o comando de Joel, que estreou no 2 a 1 sobre o Coritiba.

O tão esperado duelo entre Felipe e Montillo quase não foi visto em campo. Apagados, os dois meias pouco faziam na partida. Até que o argentino, em uma linda jogada, deixou sua marca e deu uma demonstração de que ainda pode ser decisivo: após receber passe de Marquinhos Paraná, pelo lado esquerdo da área, ele colocou a bola entre as pernas de Dedé e concluiu sem chance para Fernando Prass.
A torcida cruz-maltina, reforçada por Juninho Pernambucano e Philippe Coutinho, deixou o estádio abatida com a derrota. O time perdeu a invencibilidade em casa na competição e caiu para a sétima colocação, com 11 pontos. Ainda pode perder mais algumas posições com o encerramento da rodada.

As duas equipes voltam a campo na próxima quarta-feira. Às 19h30m (de Brasília), o Cruzeiro recebe o Grêmio na Arena Jacaré, em Sete Lagoas. Um pouco mais tarde, às 21h50m, o Vasco encara o Corinthians, no Pacaembu.

No primeiro tempo, Eder Luis e pouco mais



Vasco e Cruzeiro fizeram um primeiro tempo de dar sono. Se o torcedor tivesse levado um cobertor para São Januário, poderia aproveitar o frio para tirar uma boa soneca. Não perderia nada. O esquema armado por Joel Santana talvez explique a dificuldade das duas equipes de criarem chances de gol. Jogando recuado, o time celeste marcava bem o meio-campo do Vasco. No entanto, deixava Montillo isolado na armação de jogadas e fazia o atacante Thiago Ribeiro recuar ao meio-campo para buscar a bola.
O Vasco dominou o primeiro tempo e, apesar das dificuldades impostas pelo Cruzeiro, conseguiu criar algumas chances graças ao bom momento de Eder Luis. De seus dribles saíram os únicos lances de registro da etapa inicial. Primeiro, o atacante recebeu na frente, passou pelo goleiro Fábio, mas finalizou mal. Depois, driblou dois, mas teve sua conclusão travada por Fábio. Já que não conseguia marcar, tentou ajudar os companheiros. Mais uma vez, tirou dois da jogada e tocou para Alecsandro na entrada da área. O centroavante, entretanto, estava com o pé descalibrado e chutou muito mal.
Fernando Prass poderia ter pedido o cobertor emprestado da torcida. Mero espectador do primeiro tempo, o goleiro só tocou na bola em uma oportunidade, quando Wallyson cruzou na área e ele interceptou. O ritmo lento do jogo parece ter desagradado até o árbitro Arilson Bispo da Anunciação, que, além de não dar acréscimo, ainda terminou o primeiro tempo com alguns segundos de antecedência.
Montillo gol Cruzeiro (Foto: Alexandre Loureiro / VIPCOMM)Montillo comemora seu bonito gol diante de um desolado Fagner (Foto: Alexandre Loureiro / VIPCOMM)
Drible mal-sucedido de Prass origina primeiro gol cruzeirense
Os times voltaram para o segundo tempo com a mesma formação e proposta de jogo. O Cruzeiro se fechava atrás e esperava o contra-ataque. O Vasco foi para frente apostando em Eder Luis. A diferença é que a tática celeste começou a funcionar. Em um ataque despretensioso, a Raposa perdeu a bola, mas passou a pressionar os defensores vascaínos. Marcio Careca tocou para Fernando Prass, que tentou dar um drible em Thiago Ribeiro. Enrolou-se todo e, no susto, jogou a bola pela linha de fundo. Na cobrança de escanteio, a zaga cruz-maltina, até então impecável, dormiu no ponto e deixou Leandro Guerreiro subir sozinho para abrir o marcador.
Após o gol, o Vasco seguiu com mais posse de bola, mas nem Eder Luis conseguia mais fazer a diferença. Bem marcado, ele até tentou algumas jogadas, mas sem sucesso. A torcida, insatisfeita, passou a pedir a entrada de Elton. Ricardo Gomes atendeu e colocou o atacante no lugar de Alecsandro. Na mesma substituição, Ramon entrou no lugar de Marcio Careca. De nada adiantou.
Vendo que o time ainda tinha dificuldades de furar a retranca celeste, Ricardo Gomes perguntou a Felipe se ele estava bem fisicamente. Com a resposta afirmativa, o técnico não teve dúvida: colocou Leandro no lugar de Eduardo Costa e deixou o time com um só volante. No Cruzeiro, Joel havia trocado Thiago Ribeiro por Dudu e mandou o meia cair pelo lado direito, em cima de Marcio Careca.
As mudanças deixaram os últimos minutos de jogo muito mais movimentados. Diego Souza, de cabeça, quase empatou. Fábio, com uma defesaça em cima da linha, impediu que a bola entrasse. A pressão do Vasco seguia, mas a tática do Cruzeiro mais uma vez se mostrou acertada. Em um contra-ataque, Montillo meteu a bola no meio das pernas de Dedé e bateu bonito para o gol. Golaço do argentino, que parece estar recuperando o bom futebol. O meia deixou o gramado aos 43 minutos para a entrada de Roger, que teve tempo de marcar o terceiro. Dedé cometeu pênalti em Ortigoza, e Roger converteu a cobrança.

Ronaldinho mantém o brilho, e Flamengo vence o América-MG

Rubro-Negro sai na frente, permite a virada, mas consegue a vitória por 3 a 2 no segundo tempo, chegando ao quinto lugar. Coelho continua no Z-4

A rotina de empates do Flamengo parece ter sido superada. Na noite desta quarta-feira, o Rubro-Negro sofreu, mas conseguiu derrotar o América-MG por 3 a 2, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. Vitória com a marca de Ronaldinho. Autor de dois gols, o Dente, como é chamado pelos companheiros, não foi espetacular o tempo todo. Mas soube decidir. Foi dele o primeiro, de falta, e o terceiro, após ótima jogada de Bottinelli. Deivid também marcou, chegando a quatro gols na competição. Um a menos do que o Gaúcho, que assumiu a artilharia do Campeonato Brasileiro.
O Coelho deu trabalho, conseguiu a virada no primeiro tempo, mas se encolheu demais na segunda etapa e convidou o adversário para jogar no seu campo. A expulsão de Leandro Ferreira, aos 27 da etapa final, também atrapalhou. Alessandro e Anderson marcaram para os mineiros, mas não bastou.
Com o resultado, o Flamengo chega a 13 pontos e assume o quinto lugar na tabela. O América, com cinco, continua em 17º, na zona de rebaixamento, e ainda pode ser ultrapassado pelo Coritiba, que recebe o Ceará nesta quinta-feira.

No sábado, o América-MG enfrenta o Santos, em São Paulo, em jogo adiado da sexta rodada. A partida será às 18h30m, no Pacaembu. O Flamengo volta a jogar na quarta-feira que vem, contra o São Paulo, no Engenhão, às 21h50m.
R10 faz de vez as pazes com a torcida
Ronaldinho não precisa de muito para fazer valer o talento que tem. E sabe disso. Quando quer jogar e se concentra, quase sempre consegue fazer a diferença. Foi assim no início do primeiro tempo. Poucos toques na bola, alguns bons passes e categoria numa cobrança de falta. O zagueiro Gabriel errou feio ao derrubar o Gaúcho tão perto da área. O camisa 10 colocou a bola no canto de Flávio. Na tentativa de se antecipar, o goleiro ficou sem ação e não conseguiu evitar o gol: 1 a 0 com apenas dez minutos. R10 chegou a quatro gols no Brasileirão e nove na temporada, sendo o segundo de falta. Marcara o primeiro na decisão da Taça Guanabara.
Abrir vantagem no placar era algo que o Flamengo não conseguia desde a estreia contra o Avaí. Mantê-la é que foi o problema. Na Arena do Jacaré, o time de Vanderlei Luxemburgo dominou as ações durante meia hora, mas foi pouco efetivo. Com Willians, Luiz Antonio e Renato, o poder de marcação do meio-campo até aumentou - as pancadas também. A defesa voltou a falhar feio na bola parada, assim como no gol sofrido contra o Atlético-MG, sábado passado. Em uma das sucessivas faltas cometidas pelos rubro-negros na intermediária, Amaral levantou, Welinton cabeceou para trás e acertou o travessão de Felipe. Na sobra, Angelim tentou dominar e permitiu que Alessandro aproveitasse o rebote, aos 37.
O gol mexeu com a equipe de Mauro Fernandes, que adiantou a marcação e levou o time a  ficar mais tempo no campo do Fla. Apáticos, os visitantes aceitaram. Ronaldinho sumiu, Thiago Neves não arriscou nada além de um chute fraco de fora da área, e Deivid pouco tocou na bola.
Ronaldinho gol Flamengo x América-MG (Foto: Ag. Estado)Ronaldinho vibra na Arena do Jacaré após marcar: o atacante é o artilheiro do campeonato  (Foto: Ag. Estado)
Pelo América, o lateral Gilson foi quem mais tentou nas investidas pela esquerda. Em uma delas, acabou derrubado por Willians no bico da área. Mais uma falta, mais um drama para a zaga rubro-negra. Amaral cruzou na primeira trave, a defesa não cortou outra vez, e o zagueiro Anderson se antecipou para o desvio, aos 45. Virada do Coelho: 2 a 1. A marcação do árbitro Wagner Reway gerou protestos dos rubro-negros. Ronaldinho foi quem mais reclamou antes de seguir para o vestiário, apesar da clara infração de Willians.
No primeiro tempo, foram oito finalizações do América-MG contra apenas quatro do Rubro-Negro. Além disso, o time mineiro alçou cinco bolas na área. O Fla, somente três.
Deivid volta a ser eficiente
Os gritos da torcida rubro-negra por Negueba começaram pouco depois do primeiro gol do América. O garoto voltou do intervalo no lugar de Luiz Antonio, na mesma formação que terminara a partida contra o Galo. Aberto pela direita, ele foi sempre uma boa alternativa e deu velocidade ao time nos contra-ataques. Léo Moura avançou um pouco mais, Ronaldinho arriscou alguns dribles objetivos, Thiago Neves despertou, e Deivid, enfim, começou a se mover para dar opções. Funcionou, aos dez minutos. Thiago Neves dominou na entrada da área, limpou para o chute, mas resolveu dar o passe. Dentro da área, Deivid girou e bateu cruzado: 2 a 2. Na comemoração, ele distribuiu palavrões na direção da arquibancada.
O América se assustou e não manteve o bom ritmo da parte final do primeiro tempo. O time até rondou a área do Flamengo, mas foi previsível e arriscou pouco. Os laterais Gilson e Marcos Rocha e o meia Amaral foram os que mais tentaram. Alessandro e Fábio Junior até batalharam, mas foram raras as chances de concluir. O Coelho ainda perdeu Leandro Ferreira, que fez falta em Willians, recebeu o segundo amarelo e foi expulso.
Com o cartão vermelho, os dois treinadores mudaram. Luxa tirou Willians e colocou Bottinelli. Mauro Fernandes tirou Rodriguinho e Fábio Júnior para as entradas de Fabrício e Willian Rocha, respectivamente. Virou jogo de ataque contra a defesa. O técnico do Flamengo percebeu e fez outra troca, colocando Diego Maurício no lugar de Deivid. O Flamengo tinha a bola a maior parte do tempo, ocupava o campo do adversário, mas sem conseguir chegar perto do gol. Os chutes de longa distância de Bottinelli foram boas opções, mas foi Ronaldinho quem decidiu. Aos 39, o argentino recebeu na intermediária, teve tempo de olhar e enxergar R10 livre. O Gaúcho ajeitou e bateu colocado, longe do alcance de Flávio: 3 a 2.
O árbitro deu três minutos de acréscimos, o Flamengo recuou, e o América-MG ainda rondou o gol rubro-negro. Era o efeito colateral da falta de marcadores. Exposto, Welinton era facilmente envolvido. Mas, para sorte da torcida rubro-negra, o tempo era curto.

quarta-feira, 29 de junho de 2011



fenômeno da costa do marfim tenta,mais adryan impede derrota do brasil
Souleymane, atacante de 16 anos, é o destaque no empate por 3 a 3 e ainda lidera artilharia com oito. Rubro-negro mantém invencibilidade no fim

No Brasil, o “novo Drogba” é Diego Maurício, atacante do Flamengo e da sub-20. Mas a Costa do Marfim, ao que tudo indica, já pode comemorar a aparição de um atacante com futuro muito promissor. Souleymane, do Siena, da Itália, e de apenas 16 anos, segundo a Fifa, tentou acabar com o jogo contra a Seleção Brasileira ao marcar três vezes, neste domingo, em Guadalajara, pela última rodada do Grupo F, e chegar aos oito na competição. Mas a invencibilidade está mantida graças a Lucas Piazon, Ademílson e principalmente Adryan, que fez o gol salvador aos 48 minutos do segundo tempo e decretou o movimentado empate por 3 a 3.
Com o resultado, a equipe do técnico Emerson Ávila terminou a primeira fase na liderança da chave, com sete pontos. Os marfinenses terminaram com quatro e passaram em segundo. O adversário das oitavas de final será o Equador, na quarta-feira, às 17h (de Brasília), também em Guadalajara. A Costa do Marfim terá de ficar no aguardo.
adryan brasil costa do Marfim (Foto: Agência EFE)Adryan salvou o Brasil da derrota aos 48 minutos do segundo tempo: Equador nas oitavas (Agência EFE)
Tudo porque em outro jogo do grupo, a Dinamarca derrotava a Austrália, por 1 a 0, quando uma tempestade elétrica paralisou o jogo aos 25 minutos do primeiro tempo, em Queretaro. A partida será completada nesta segunda, às 12h (de Brasília). Uma vitória dá a vaga à Austrália para permanecer na cidade e enfrentar a França, na quinta, às 20h.
Ataque funciona; defesa nem tanto
Com três modificações em relação às vitórias sobre Dinamarca e Austrália, o Brasil testou a força de seu elenco contra os africanos. O setor ofensivo, com Nathan no lugar de Guilherme, funcionou bem nos primeiros 45 minutos. Mas o defensivo, sem o zagueiro e capitão Marquinhos e os laterais Wallace e Emerson, sofreu em especial com um nome: Souleymane.
lucas piazon brasil gol costa do Marfim (Foto: Agência EFE)Lucas Piazon comemora para a câmera (Foto: EFE)
O artilheiro do Mundial sub-17 e jogador do Siena, da Itália, anotou simplesmente todos os gols da Costa do Marfim na competição – oito ao todo, contando com os dois que marcou na etapa inicial, sempre em resposta à equipe do técnico Emerson Ávila, e mais um no segundo tempo. O Brasil saiu na frente aos sete minutos, com Lucas Piazon. O atacante do São Paulo já vendido ao Chelsea tocou na saída do goleiro após grande passe de Ademílson.
A primeira reação dos marfinenses veio em seguida, aos 10. Souleymane driblou Matheus no canto esquerdo da grande área e chutou cruzado, por cima de Charles, que aceitou. Aos 13, o desempate canarinho: em rápido ataque, Nathan rolou para Ademílson, que gingou e bateu de esquerda. O arqueiro Konate também poderia ter defendido.
A Costa do Marfim ensaiou uma melhora e foi para frente. Aos 29, Charles impediu gol de Diarrasouba em bonita finalização. Faltava vestir a camisa 19 e se chamar Souleimane. Foi novamente o atacante o responsável pelo empate. Aos 33, ele recebeu toque de profundidade na entrada da área e chutou sem chances para Charles.
Souleymane apronta de novo. E de bicicleta
A marcação e a saída de bola voltaram a ser problema para o Brasil no segundo tempo, que criou suas chances, mas também cedeu espaço. Num dos cochilos da defesa, no entanto, a Costa do Marfim ficou na frente do marcador pela primeira vez. E, pasmém, novamente com Souleymane. Aos 12, após cobrança de escanteio, Matheus afastou mal e o atacante emendou linda bicicleta, no canto direito de Charles.

Àquela altura, mais um gol colocaria o Brasil em segundo na chave. Motivo para lá de suficiente para a equipe buscar maior tranquilidade com o empate. Não faltaram oportunidades com Hernani, aos 16, Adryan, aos 17 e 42, e principalmente Lucas Piazon, aos 30. Ficou para os acréscimos o último pingo de emoção. Aos 48, Lucas Piazon foi até a linha de fundo e rolou para trás. Adryan só teve o trabalho de tocar para o fundo do gol.