Craques do primeiro ouro olímpico do vôlei brasileiro relembram a conquista em 1992 e ressaltam a união do grupo
Uma vitória inesperada. É assim que os craques do primeiro ouro olímpico do vôlei brasileiro classificam o feito em Barcelona-1992. Tudo porque a equipe era formada por um grupo de jovens atletas, com média de 24 anos, comandados por um ainda novo José Roberto Guimarães (o técnico tinha 35 anos). A preparação visava Atlanta-1996, mas, quis o destino, e o talento daqueles jogadores, que a conquista do primeiro ouro de um esporte coletivo do Brasil, que em 2012 completa 20 anos, fosse obtido na Espanha e não nos Estados Unidos.
- A alegria e a união eram marcas do grupo. E isso foi determinante para o nosso sucesso. Ninguém esperava ser campeão olímpico, mas a coisa engrenou de tal maneira que, aos poucos, fomos acreditando que o ouro era possível - afirmou Paulão.
Quando souberam do grupo que tinham pela frente, os jogadores brasileiros só viram pedreira pela frente.
No Grupo B estavam a Coreia do Sul, que havia vencido o Brasil na Liga Mundial, a forte Holanda e Cuba, um eterno rival.
- Só de citar esses nomes nós já tremíamos - disse Paulão.
Mas o Brasil surpreendeu. Antes da estreia, houve muita conversa. Em quadra, a Seleção não deu chances para os coreanos. E nem para a Comunidade dos Estados Independentes, Holanda, Cuba e Argélia. Contra os cubanos, por exemplo, os brasileiro ressaltam que vinham jogando tão bem que notaram que o medo havia mudado de lado.
Depois vieram vitórias contra Japão, EUA e a grande final contra a Holanda, no dia 9 de agosto de 1992. Com 33 anos, e integrante da equipe medalha de prata em Los Angeles-1984, Amauri era a experiência que Zé Roberto contava no grupo.
- Era minha quarta Olimpíada. Antes da final, juntei todo mundo para uma reunião. A intenção era segurar a ansiedade da garotada, contar um pouco da minha experiência. Essa união fez a força do time e nos levou à vitória - afirmou Amauri.
E coube ao caçula da equipe marcar o ponto da vitória. Com um Ginásio Palau Sant Jordi lotado, Marcelo Negrão, então com 19 anos, marcou o ponto de saque que deu o ouro ao Brasil, sem derrotas e com apenas três sets perdidos na competição.
- Fui treinado para decidir. Encarei como se fosse mais um ponto e não como o ponto da medalha. Somente hoje, aos 39 anos, que sei o peso e a importância daquele saque pois entrou para a história - disse Negrão.
JANELSON, O EX-ATLETA RECLUSO
Entre os 12 jogadores campeões em Barcelona, apenas um não foi encontrado pela reportagem do LANCE!: o ex-ponteiro Janelson. E o motivo, segundo seus companheiros de Seleção, é simples: ele é recluso e não gosta de conceder entrevistas.
- O Janelson sempre some, não gosta de conversar no telefone. A última vez que tive notícia dele foi há uns sete, oito anos. Fizemos um jogo festivo em Gravataí (RS), onde nasci, e consegui falar com o Janelson. Ele ficou feliz e disse que iria. Acabou que não foi - disse Paulão.
Segundo Amauri, recentemente algumas pessoas o perguntaram sobre o companheiro, mas o ex-meio de rede não soube responder. Depois da conquista do ouro, aconteceram poucos encontros em alguns eventos de homenagem ao grupo.
Entre os 12 jogadores campeões em Barcelona, apenas um não foi encontrado pela reportagem do LANCE!: o ex-ponteiro Janelson. E o motivo, segundo seus companheiros de Seleção, é simples: ele é recluso e não gosta de conceder entrevistas.
- O Janelson sempre some, não gosta de conversar no telefone. A última vez que tive notícia dele foi há uns sete, oito anos. Fizemos um jogo festivo em Gravataí (RS), onde nasci, e consegui falar com o Janelson. Ele ficou feliz e disse que iria. Acabou que não foi - disse Paulão.
Segundo Amauri, recentemente algumas pessoas o perguntaram sobre o companheiro, mas o ex-meio de rede não soube responder. Depois da conquista do ouro, aconteceram poucos encontros em alguns eventos de homenagem ao grupo.
COM A PALAVRA
MARCELO NEGRÃO
Oposto da Seleção em Barcelona-1992
"Todas as partidas eram uma incógnita para nós. Não éramos favoritos. As vitórias eram sempre uma surpresa pois, na Liga Mundial, não tínhamos vencido aqueles adversários. Mas, aos poucos, o grupo foi ficando mais confiante. Porém, até mesmo quando a Olimpíada acabou, ainda não tínhamos nos dado conta do feito realizado.
Quando vimos que a Coreia do Sul seria o rival da estreia, pensamos: "lá vem aqueles coreanos difíceis novamente". Mas ganhamos. Cuba, CEI e Holanda eram adversários que não pensávamos que ganharíamos. Sempre entrávamos tensos nos jogos. Mas veio a superação de todos.
Víamos que estávamos sobrando. Mas sempre mantivemos a calma para evitar qualquer virada. Era preciso manter a concentração, o foco. Eu tinha entrado na Seleção com 17 anos e consegui ganhar uma Olimpíada com 19. Foi a união de todos que tornou isso possível.
Era um grupo jovem e com um técnico que também estava aprendendo na sua função. Como a união prevalecia, ninguém achava que era mais do que o outro. Evitávamos ligar para os familiares, ler os jornais para ver o que estavam falando de nós. Numa equipe, sempre tem aquele que é mais citado, que fica mais famoso. Então, queríamos evitar qualquer tipo de desgaste."
MARCELO NEGRÃO
Oposto da Seleção em Barcelona-1992
"Todas as partidas eram uma incógnita para nós. Não éramos favoritos. As vitórias eram sempre uma surpresa pois, na Liga Mundial, não tínhamos vencido aqueles adversários. Mas, aos poucos, o grupo foi ficando mais confiante. Porém, até mesmo quando a Olimpíada acabou, ainda não tínhamos nos dado conta do feito realizado.
Quando vimos que a Coreia do Sul seria o rival da estreia, pensamos: "lá vem aqueles coreanos difíceis novamente". Mas ganhamos. Cuba, CEI e Holanda eram adversários que não pensávamos que ganharíamos. Sempre entrávamos tensos nos jogos. Mas veio a superação de todos.
Víamos que estávamos sobrando. Mas sempre mantivemos a calma para evitar qualquer virada. Era preciso manter a concentração, o foco. Eu tinha entrado na Seleção com 17 anos e consegui ganhar uma Olimpíada com 19. Foi a união de todos que tornou isso possível.
Era um grupo jovem e com um técnico que também estava aprendendo na sua função. Como a união prevalecia, ninguém achava que era mais do que o outro. Evitávamos ligar para os familiares, ler os jornais para ver o que estavam falando de nós. Numa equipe, sempre tem aquele que é mais citado, que fica mais famoso. Então, queríamos evitar qualquer tipo de desgaste."
POR ONDEM ANDAM OS CRAQUES DE 1992:
- Maurício (levantador): É comentarista da Rede Record e diretor da equipe masculina da Medley/Campinas
- Talmo (levantador: É técnico da equipe feminina do Sesi-SP
- Carlão (meio de rede): É comentarista do SporTV
- Paulão (meio de rede): Assumiu, pela primeira vez, a função de técnico. Comanda a equipe masculina da Apav/Canoas na Superliga B
- Douglas (meio de rede): Era auxiliar técnico de Marcos Pacheco na Cimed/Sky. Com a saída do treinador, assumiu o cargo interinamente
- Jorge Édson (meio de rede): É assistente de Paulo Coco na equipe feminina do Vôlei Futuro
- Amauri (meio de rede): É presidente da Associação Brasileira de Vôlei Paralímpico
- Marcelo Negrão (oposto): Jogou em 2011 o Desafio Banco do Brasil de Vôlei de Praia. Também dá palestras motivacionais
- Giovane (ponteiro): Técnico da equipe masculina do Sesi-SP
- Tande (ponteiro): Apresenta o Esporte Espetacular e o Corujão do Esporte, ambos na Rede Globo
- Pampa (ponteiro): Proprietário de uma empresa de entretenimento esportivo e cultural, está participando do reality show "Amazônia", da Rede Record
- Janelson (ponteiro): Nenhum ex-jogador consultado pelo LANCE! soube dizer por onde anda o companheiro
- José Roberto Guimarães (técnico): É técnico da Seleção Brasileira feminina
- Talmo (levantador: É técnico da equipe feminina do Sesi-SP
- Carlão (meio de rede): É comentarista do SporTV
- Paulão (meio de rede): Assumiu, pela primeira vez, a função de técnico. Comanda a equipe masculina da Apav/Canoas na Superliga B
- Douglas (meio de rede): Era auxiliar técnico de Marcos Pacheco na Cimed/Sky. Com a saída do treinador, assumiu o cargo interinamente
- Jorge Édson (meio de rede): É assistente de Paulo Coco na equipe feminina do Vôlei Futuro
- Amauri (meio de rede): É presidente da Associação Brasileira de Vôlei Paralímpico
- Marcelo Negrão (oposto): Jogou em 2011 o Desafio Banco do Brasil de Vôlei de Praia. Também dá palestras motivacionais
- Giovane (ponteiro): Técnico da equipe masculina do Sesi-SP
- Tande (ponteiro): Apresenta o Esporte Espetacular e o Corujão do Esporte, ambos na Rede Globo
- Pampa (ponteiro): Proprietário de uma empresa de entretenimento esportivo e cultural, está participando do reality show "Amazônia", da Rede Record
- Janelson (ponteiro): Nenhum ex-jogador consultado pelo LANCE! soube dizer por onde anda o companheiro
- José Roberto Guimarães (técnico): É técnico da Seleção Brasileira feminina
A CAMPANHA:
O Brasil estava no Grupo B ao lado de Cuba, Holanda, Coreia do Sul, Argélia e Comunidade dos Estados Independentes (CEI). A Seleção se classificou em primeiro lugar.
- Primeira fase:
Brasil 3 x 0 Coreia do Sul (15-13, 16-14 e 15-7)
Brasil 3 x 1 CEI (15-6, 15-7, 9-15 e 16-14)
Brasil 3 x 0 Holanda (15-11, 15-9 e 15-4)
Brasil 3 x 1 Cuba (15-6, 15-8, 12-15 e 15-8)
Brasil 3 x 0 Argélia (15-8, 15-13 e 15-9)
Brasil 3 x 1 CEI (15-6, 15-7, 9-15 e 16-14)
Brasil 3 x 0 Holanda (15-11, 15-9 e 15-4)
Brasil 3 x 1 Cuba (15-6, 15-8, 12-15 e 15-8)
Brasil 3 x 0 Argélia (15-8, 15-13 e 15-9)
- Quartas de final:
Brasil 3 x 0 Japão (15-12, 15-5 e 15-12)
Brasil 3 x 0 Japão (15-12, 15-5 e 15-12)
- Semifinal:
Brasil 3 x 1 EUA (12-15, 15-8, 15-9 e 15-12)
- Final:
Brasil 3 x 0 Holanda (15-12, 15-8 e 15-5)
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